domingo, 26 de agosto de 2012

II- O ESPÍRITO DESENCARNADO


II – O ESPÍRITO DESENCARNADO

1-    DESENCARNE
A sensação de voltar ao lar é o que o espírito sente, assim que chega ao plano espiritual. Quanto mais espiritualizado ele tiver sido em vida, mais forte é essa sensação. Porque a morte é uma grande evolução, o desencarnado não encontrará uma vida feita de “milagres”, de fatos surpreendentes. O espírito continua evoluindo, ainda tem necessidades físicas, descobre que não pode voar, como fazem os pássaros.
Tudo é aprendizado e ele tem muito o que aprender.
Por enquanto, e talvez até o fim dessa estada na vida espiritual, ele viverá numa colônia. Mas as regiões espirituais são múltiplas.
O espírito não alcança, imediatamente, essas regiões. Talvez ainda precise encarnar e desencarnar muitas vezes para se alçar além das colônias espirituais.
Mas, ora, a vida ali é linda, prazerosa. Isso saberemos mais adiante.
Para a pessoa espiritualizada, o desencarne deixa de ser doloroso. Ela não vê a morte como o fim da vida, sabe que é uma passagem, um despir-se das vestes físicas. Sente saudade da Terra, mas essa compreensão ameniza sua dor.
Assim, o espírito retornou ao lar. Mas nem sempre imediatamente. Quem é bom, mesmo não tendo educação espiritual, é atraído para bons lugares no plano etéreo. Quem tem conhecimento adapta-se mais facilmente.
2-    O PERISPÍRITO
O espírito desencarna e então permanece como espírito revestido de períspirito.
O períspirito, seu corpo, tem matéria fluídica. Torna-se um fluido nos espíritos mais adiantados; os espíritos puros não têm mais períspirito.
Geralmente, o períspirito tem a forma de seu corpo terrestre. Reveste-se da matéria do planeta onde está. Pode mudar sua constituição continuamente, tornar-se mais ou menos fluídico, mudar de aparência.
Nos espíritos mais atrasados, a aparência pode se tornar horrenda, segundo as lesões sofridas pelo períspirito ainda no envoltório carnal.
Por que isso acontece? O períspirito é atingido por todo o mal que uma mente perversa acumular. Isso provoca constantes lesões nesse corpo fluídico, frágil, alterando, assim, a sua aparência, visível no mundo espiritual.
Em cada globo, a substância do períspirito é diferente. Em alguns é mais eterizada. O espírito, conforme o globo em que está, se reveste da matéria própria desse mundo, de forma imediata. É uma coisa natural.
Sua constituição é feita de corpúsculos fluídicos; tem todas as formas dos órgãos materiais, porém de matéria sutil. Assim, o desencarnado respira, seu coração pulsa, o seu sangue corre em suas veias.
O períspirito é cópia exata do corpo carnal. No início tem necessidades “físicas”, até entendê-las e superá-las.
Como já disse, espíritos puros não têm mais períspirito, são energia pura. Todos nos tornaremos espíritos puros, em mais ou menos tempo.

3-    PERTURBAÇÃO DO ESPÍRITO
Com a morte, o organismo espiritual se desgasta, necessitando de terapias de reconstrução. Inicialmente o espírito se perturba, trazendo ainda os fluidos pesados da Terra.
A perturbação do espírito após a morte pode durar horas, meses ou anos. Depende de sua lucidez, imediata ou não.
Frequentemente, os espíritos ficam adormecidos nos primeiros tempos de hospital ou colônia, isso para passar sem traumas pelo período de adaptação, em que os encarnados sentem a perda do ente querido.
Ele adormece para se proteger da dor dos que ficam. Porque pode sentir intensamente as vibrações mentais dos que ficaram na Terra, e isso o perturba. Ele também tem de se recuperar da doença que lhe causou a morte.
As doenças deixam reflexos no períspirito exatamente na região na qual se desenvolveram. Isso parece cruel, mas o períspirito é invadido pela doença do corpo ao qual está colado. Assim, as doenças pelas quais uma pessoa morre sempre são tratadas nos hospitais espirituais. A chance de recuperação é sempre de 100%. Após o tratamento, poucos ainda podem permanecer doentes. São casos isolados. São pessoas que não acreditam ter perdido o corpo físico; na verdade, continuam com a impressão da doença, não com a doença em si.
Outros, geralmente os que vivem no Umbral, lesionaram seu períspirito com atitudes negativas, como remorso, ódio, rancor. A mente tem influência maléfica ou benéfica sobre o períspirito.
Certas doenças, em especial o câncer, podem derivar de sentimentos destrutivos. A pessoa, no caso, cultiva a cólera, o rancor, a inveja, o desprezo, e então o tumor se forma primeiro no períspirito, bem como a úlcera. Só depois se reflete no corpo, através dos canais fluídicos de ligação entre períspirito e corpo.
Isso parece cruel demais? Quer dizer que as crianças com câncer tiveram sentimentos destrutivos, ódio, mágoa? Certamente não, crianças são inocentes, mas se levarmos em conta que são espíritos que já nascem com sua carga de experiências e provas na Terra, então entenderemos que talvez já tenham vindo para essa vida com um períspirito lesionado, frágil, e que agora precisem pagar sua dívida.
Espíritos que chegam mutilados, geralmente gastaram sua vida no mal. Assim, muitos criminosos sexuais chegam loucos à esfera espiritual, assassinos têm as mãos dilaceradas, as pernas paralíticas ou decepadas. Muitos dos que cultivam ódios profundos chegam cegos ou surdos.
Não eram assim no plano físico, mas o abuso de certos órgãos pode ocasionar lesões tão sérias no períspirito, que chegam sem eles.
Um fígado maltratado, mesmo que não tenha sido a causa da morte, pode causar o fato de o períspirito aparecer sem o fígado.
Uma mão usada para matar pode aniquilar a mão espiritual, daí tantos aleijados nas regiões do Umbral e Trevas.
Tudo isso se refaz depois, o corpo ganha uma nova mão e um novo fígado, mas essa reconstrução pode levar anos. E só depois de o espírito se adiantar.
O espírito é livre e são. As doenças mentais são, de verdade, males cerebrais.
São doenças do físico. Quando o espírito deixa o corpo, por meio da morte, ele está livre da loucura, ele está são. Mas não imediatamente. A pessoa que foi louca, em qualquer grau, o foi por algum motivo. Teve de nascer nesse cérebro defeituoso por alguma razão. E leva, imediatamente à morte, a impressão da loucura.
Mas no plano espiritual, em mais ou menos tempo, se refaz, o corpo astral é regenerado e ela volta à lucidez, que é uma propriedade do espírito.
A loucura tem um significado: é o pagamento de uma dívida contraída pelo espírito, ela só tem sentido no plano terreno. Se até um assassino tem a oportunidade de se recuperar, por que um louco teria de sofrer mais?
Muitos espíritos vagam pela Terra e se afeiçoam a um lugar.
São espíritos de vibração baixa, que não conseguem subir. Podem passar anos nessa vida, sempre nos mesmos lugares. São as “Almas Penadas”, os que assombram casas, geralmente, e não fazem mal a ninguém.
Os socorristas só podem se aproximar e leva-los aos hospitais ou postos de socorro quando voltam seu pensamento a Deus, porque então vibram mais alto e seu períspirito se torna mais fluídico.
Muitos espíritos podem ficar presos numa espécie de cadeia energética, ouvindo os lamentos e vendo o desespero dos que ficaram. Não podem enxergar e ouvir a espiritualidade, estão profundamente ligados aos encarnados que sofrem, atrasando, assim, o seu socorro e sua recuperação.
Outros ficam presos aos cemitérios, por suas baixas vibrações; vivem ali, junto ao corpo em decomposição. Não podem ou não conseguem abandonar o corpo físico. Há muitos espíritos que ficam vagando nos cemitérios, sem saber que já estão mortos.
Isso parece muito triste? Pois é mesmo.
Nos cemitérios há muitos espíritos arruaceiros, presos às vibrações da crosta e Umbral. Ficam ali, assustando os que ficaram presos aos corpos enterrados, aos sepulcros, induzindo-os à loucura, aparecendo para eles sob a forma de terríveis monstros.
Tudo isso é uma pena, pois esses espíritos ficam presos à matéria, transitando na crosta e nos cemitérios, vivendo nos umbrais, sem poder ver os socorristas, de matéria muito mais sutil.
A “prisão” do espírito se localiza no Umbral e suas regiões, muito próximas da crosta terrestre. Não há grades. O espírito fica preso ali devido às suas vibrações densas.
Quando sua mente se limpa, finalmente sua vibração se torna mais sutil, mais alta, estando pronto para ser atendido nas colônias. Então é que o espírito se liberta. Sua mente se elevou.
Pode agora abandonar o Umbral e suas regiões. Isso é uma lei espiritual. Não há tribunais de torturas ou abismos do inferno no mundo espiritual.
O espírito é visto no seu todo; ele está impregnado do bem e do mal que fez a si mesmo e aos outros. Isso está refletido amplamente no seu períspirito, tornando-o forte ou fraco, saudável ou doente.
Uma vida de miséria, em que o corpo físico sofreu muito, torna o períspirito doente. Mas é infinitamente mais fácil curar essa doença provocada pela miséria física do que a doença provocada pela miséria moral.
As mazelas causadas por uma personalidade cruel, egoísta, narcisista, ambiciosa, deixam sequelas no períspirito muito mais consideráveis.
Às vezes, leva-se até muitos anos para curar totalmente o corpo fluídico, pois também se faz necessária a predisposição mental em mudar. Os médicos têm muito mais trabalho com um egoísta do que com um miserável.
Certamente, certos transtornos da personalidade, certas tendências ao crime e à crueldade, não se curam na espiritualidade. A pessoa deverá reencarnar, viver uma nova vida, “aprender na carne” uma vez mais. Moldar seu espírito na carne, e também expiar na carne, ter novas oportunidades, novas provas.

terça-feira, 21 de agosto de 2012