domingo, 8 de julho de 2012

I- A MORTE

I – A MORTE

A morte não é o fim de tudo. Ao contrário, é a continuação da vida. É um recomeço.
A morte não existe. Suas dores são as dores de um “parto”.
Parece incrível? Mas assim é que é.
O homem sempre teve a intuição da vida após a morte.  Mas na verdade não é uma intuição, é uma lembrança. Porque nascemos e morremos muitas vezes, vezes incontáveis.
Então por que o medo da morte? No fundo, não tememos a morte, mas as dores. Tememos ainda o seu mistério. Intuímos que a morte não é o fim.
O processo de morrer é indolor. O corpo sofre dores, sem dúvida, mas as dores são provocadas pela doença, ou pelo choque do acidente, por exemplo. Não pela morte.
Seja qual for a causa da morte, conforme ela se aproxima o organismo sofre alterações químicas irreversíveis. Mesmo nas mortes causadas por acidente, mas muito mais quando é uma doença fatal que ataca o corpo.
O organismo sofre toda espécie de reflexos físicos, mas a mente já está anestesiada.
As doenças causam as dores, ou os ferimentos, mas não a morte.
Morte não é doença, não é ferimento, é a separação do espírito do corpo físico.
As funções do corpo se extinguem, mas não as da alma.
Quando se aproxima o momento da morte, a pessoa já não sente dor. Ela já começa a penetrar no outro mundo.
Há a agonia, mas essa agonia nada mais é que um movimento involuntário dos músculos; a alma certamente já iniciou sua subida.
Nesse momento, a pessoa sente uma grande paz. E uma sensação de retorno.
Cessam as dores agudas, há um torpor, sente-se uma grande alegria interior.
Aos poucos, o mundo material torna-se enevoado e o mundo espiritual começa a emergir das sombras. A pessoa ainda está viva, mas já está vendo com os olhos do espírito; divisa o novo mundo, começa a abandonar esse plano para se fixar no outro.
Tudo que é vivo e material torna-se vago, como sombras, as cores ficam menos brilhantes. Se ela olhar para o céu nesse momento, poderá ver uma leve coloração vermelha ou dourada; a visão material começa a se desfazer, cintilando o mundo espiritual.
As pessoas desencarnadas, espíritos, tornam-se visíveis ao redor do moribundo.
Elas já estão ali, vieram em seu auxílio. Toda uma equipe é posta em ação para cada pessoa que desencarna. São familiares, amigos e, principalmente, os socorristas do plano espiritual. Eles vêm auxiliar a desfazer os laços do espírito com o corpo físico.
Há uma verdadeira recepção para o espírito, seja ele qual for.
Você deve estar se perguntando: mas mesmo um criminoso, um suicida?
Também eles recebem auxílio da espiritualidade no momento da morte? Sim, todos recebem. O que acontece, e logo será mais detalhadamente explicado, é que certas almas não podem, por sua baixa vibração, fruir do contato com a espiritualidade imediatamente. Isso se aplica, naturalmente, aos suicidas e àqueles que viveram no mal, lesando seu períspirito. Mas isso é outro assunto.
Normalmente, a pessoa já está em contato com a espiritualidade. Falta pouco. E, quando cessam as atividades do coração e dos pulmões, então o corpo está morto.
Tudo isso não se dá num instante. O cérebro é o último a morrer, mas a mente não morre, ela pertence à alma.
No instante da morte, o períspirito desprende-se totalmente do corpo; sai pelo umbigo ou pela cabeça e desfaz-se o cordão de prata que o ligava ao corpo. O períspirito aparece como uma névoa acima do corpo físico.
Não raro, o desligamento do corpo espiritual é lento, progressivo. Em doenças muito longas, os laços podem se desfazer muito lentamente, durante dias e até semanas. Quando o cordão de prata se rompe é que a morte foi concluída.
Sobre o cadáver, a nuvem de energia do períspirito pode pairar por uns três dias. Depois se dissipa.
O períspirito ainda sente, por um certo tempo, a energia do seu antigo corpo. Isso se dá pela atração magnética e significa que ainda permanece ligado a ele.
O períspirito costuma estar presente, flutuando sobre o corpo, no seu próprio velório e enterro, e ainda flutua sobre a laje do cemitério.  O espírito vê e ouve, embora confusamente, nesse período; é tocado pelas impressões dos que o choram. Sente as dores dos familiares, sofre, quer voltar e não pode.
A menos que se trate de espírito muito evoluído e, portanto, mais fluídico, que então poderá partir imediatamente ao plano espiritual. Mas na maioria das vezes não é isso que acontece. O espírito costuma sentir, por um prazo de três dias, tudo o que acontece ao seu corpo morto. Sente o encaixotamento do corpo, sente faltar-lhe o ar, sente intenso calor no caso de cremação. Mas só por três dias.
O ideal seria que, nesse período, o cadáver permanecesse intocado, apenas repousando. E que os funerais só acontecessem depois.
Após a morte, a alma pode adormecer por horas, dias, semanas, meses e até anos. Mas depois voltará à atividade.
Se a pessoa não crê em vida após a morte, pode ficar envolta em densa neblina.
Os auxiliares espirituais não terão acesso a ela. Sentirá então que está vivendo um pesadelo.
O espírito precisa “reconhecer” que penetrou na esfera espiritual para a luz penetrar na névoa.
Após todo esse processo, o espírito segue para os hospitais, câmaras de reparo, ou fica aprisionado nas regiões de baixa vibração da crosta terrestre, como o Umbral. Há os que ficam na Terra mesmo, como veremos mais adiante.
Como se pode ver, a morte não dói e ainda pode ser aprazível.
Morrer é como retornar ao lar depois de uma aventura perigosa; tomar um bom banho, vestir roupas limpas e cheirosas e sair para um passeio seguro.
Brisa e frescor, alegria e liberdade.

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